Propôs-lhe outra parábola, dizendo : O reino dos céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo; mas, enquanto os homens dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e retirou-se. E, quando a erva cresceu e produziu fruto, apareceu também o joio. Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio? Ele, porém, lhes respondeu: Um inimigo fez isso. Mas os servos lhe perguntaram: Queres que vamos e arranquemos o joio? Não! replicou ele, para que, ao separar o joio, não arranqueis também com ele o trigo. Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: Ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas trigo, recolhei-o no meu celeiro." São Mateus 13:24-30
O primeiro ano do ministério de Jesus nesta terra foi marcado por uma curiosidade extraordinária por parte do povo. Os milagres, as curas, os atos prodigiosos que Jesus fazia, despertavam a admiração do povo e de certa maneira, despertavam também o carinho. O povo seguia ao Senhor Jesus, com muito entusiasmo. Poderíamos dizer que o primeiro ano do Seu ministério nesta Terra foi um ano de popularidade.
No segundo ano, os líderes religiosos daquele tempo se encarregaram de colocar o povo contra o ministério do Senhor Jesus. Os fariseus observavam atentamente o que Ele falava, para depois "torcer" tudo o que Jesus dizia. Queriam acusá-Lo de blasfêmia, de falsidade ideológica, de rebeldia contra a doutrina estabelecida pela Igreja daqueles tempos. Então andavam vigiando o Senhor Jesus, passo a passo, tentando achar um erro nos Seus ensinamentos. É por isso que no terceiro ano de Seu ministério aqui na Terra, Jesus começou a usar, em Seus ensinamentos, aquilo que chamamos de parábola...S. Mateus, 13 : 13 e 14 “ é por isso que lhes falo por parábolas; porque vêem sem ver, e ouvem sem ouvir e nem entender. E neles se cumpre a profecias de Isaías, certamente haveis de ouvir, e jamais entendereis, certamente haveis de enxergar, e jamais vereis.
No Sermão da Montanha, pronunciado no início do Seu ministério, o Senhor Jesus disse as coisas de maneira clara, sem rodeios, mas como os inimigos agora tentavam encontrar erros em tudo que Ele dizia, Jesus passou a trabalhar com sabedoria e prudência. Por isso Ele começou a usar as parábolas. Mas o que são as parábolas? São ensinamentos paralelos a uma lição principal. Quando Jesus queria ensinar uma lição básica, Ele usava um ensinamento paralelo tomando figuras, quadros, idéias, maneiras de pensar do povo para que, a partir daquilo que o povo conhecia, Ele pudesse ensinar a verdade que queria fixar na mente das pessoas. É por isso que no último ano do Seu ministério, encontramos muitas parábolas. Uma delas é a parábola do trigo e do joio. A semente boa e a semente má.
Nesta parábola encontramos dois senhores: o proprietário, dono da terra, e o inimigo do proprietário. O proprietário, que simboliza Deus, semeia de dia. Deus sempre apresenta às coisas claras. Com Deus não existe penumbra, nem sombras, nem trevas. O que Ele faz, faz na luz do dia. Com Deus não existe mentira, nem falsidade, nem coisas dúbias. Com Deus, tudo é claro como a luz do dia. E Ele diz: "... a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito." Prov. 4:18
O outro personagem da parábola é o inimigo do proprietário. Este, simboliza o diabo. De acordo com a parábola, este semeia à noite. Oculto nas trevas, escondido. Ele é o
pai da mentira e o pai da falsidade. Ele anda com rodeios, com meia-verdades. Nunca apresenta uma mensagem clara. Esconde-se é astuto.
Você vê? Dois senhores: Deus trabalhando na luz do dia; e o diabo trabalhando nas trevas da noite. Deus semeando trigo bom; o diabo semeando joio mau. Deus, semeando para colher; o diabo semeando para confundir. O fim também é completamente diferente. O trigo bom é colhido para o celeiro e o joio é jogado ao fogo.
Na interpretação da parábola, o Senhor Jesus diz assim: "O campo é o mundo." Mat. 13:38
E sabe? Todos nós habitamos neste mundo. Isto quer dizer que ninguém aqui pode ficar no terreno neutro ou dizer: "Hoje eu não vou me comprometer". Porque naquele campo, que representa o mundo, só existe trigo e joio. Apenas dois grupos: semente boa ou semente má. Não existe um terceiro grupo, daqueles que estão pensando se serão bons ou serão maus. Somente dois grupos.
O que Deus está tentando nos dizer é que, nós só temos dois caminhos, dois destinos: ou seguimos a Deus, ou seguimos o Seu inimigo. Ficar no terreno neutro, já é seguir o inimigo de Deus. Você se compromete ou não. Você segue ou foge. Você aceita ou rejeita. Essa é uma das lições que a parábola do trigo nos ensina.
Seguindo a parábola, nós percebemos que o inimigo semeia uma planta que é muito parecida com o trigo. As duas plantas, trigo e joio, são tão parecidas, que quando os empregados dizem ao patrão: "... queres que vamos e arranquemos o joio? (o patrão diz:) Não! ... deixai-os crescer juntos até a colheita... " Mateus 13:28-30 Ou seja: "Deixem o trigo e o joio crescerem, porque se nós começarmos a tirar agora o joio corremos o perigo de, tentando tirar a erva má, tirar por aí um trigo bom, deixem que as plantas amadureçam. Um dia, quando a colheita chegar, aí sim, o trigo e o joio terão destinos diferentes."
Esta é uma lição básica que precisamos aprender. Por mais doloroso que pareça, entre nós há trigo bom, plantado pelo Senhor Jesus. E também há joio plantado pelo inimigo de Jesus. Quem é trigo bom e quem é joio? Isso, ninguém pode saber agora. Por favor, não me digam que podemos saber pelos frutos. Porque os frutos que hoje mostramos, não são provas que determinam quem é "joio" e quem é "trigo". Hoje, comissão nenhuma de Igreja, pode determinar quem é "trigo" e quem é "joio". Líder nenhum, membro de Igreja nenhum e nenhum cristão pode determinar quem é "trigo" e quem é "joio". Hoje, com as nossas limitações humanas, não podemos fazê-lo. Mas, uma coisa é verdade: em toda a Igreja hoje há trigo e joio. Mais ainda: entre os líderes da Igreja, hoje, há trigo e joio! Entre os oficiais de igreja local, diáconos, diaconisas, diretores de jovens, há "trigo" e "joio".
Sabem qual é um dos grandes perigos que corremos hoje? De começar a determinar se a Igreja é a Igreja de Deus ou não, por causa do joio que possamos achar. Deus tem Sua Igreja nesta Terra. O campo também é o reino de Deus porque a semente "são os filhos do reino". Jesus planta trigo bom, mas o inimigo vem à noite, amparado pelas trevas e planta joio mau. Trigo e joio têm que crescer juntos, dentro do ministério, dentro do magistério, dentro do campo da música e entre os membros da Igreja. Trigo e joio têm que crescer juntos até o dia da vinda de Cristo. Esta é uma lei da vida. Queiramos ou não, aceitemos ou não, esta é uma lei da vida.
" Ninguém pode saber quem é trigo e quem é joio?" Pode sim. Só eu e Deus podemos saber se eu sou o trigo ou joio. Vocês não. Só Deus e eu sabemos se eu sou trigo ou joio. Só Deus e você sabem se você é trigo ou joio. Eu sou incapaz de olhar para os meus irmãos e dizer: "Este é trigo e este é joio." Porque nós, seres humanos, podemos ver apenas o que está diante dos nossos olhos. Deus, porém, vê o coração. Eu posso enganar as pessoas, mas eu não posso enganar a Deus e nem posso enganar a mim mesmo. Nas horas de solidão eu sei quem eu sou e não posso enganar a meu Deus.
E agora, um conselho a muita gente sincera que está entrando na Igreja: se você pensa que vai encontrar um "Clube de Anjinhos" que nunca erra, está enganado. A verdade é que você vai encontrar muita gente sincera, que escolheu e aceitou Jesus; e que apesar das suas imperfeições, está crescendo na experiência cristã. Mas, é verdade também que, você vai encontrar muita gente que somente veste a camisa da religião. O grande erro de muitas pessoas é que quando descobrem na Igreja, uma planta igual ao joio, dizem assim: "Esta não é a Igreja de Deus. Vou embora, aqui todo mundo é hipócrita, é mentiroso. Aqui ninguém vive o que prega. Esta não pode ser a Igreja de Deus."
Meu amigo, "Deus tem uma Igreja nesta Terra", mas o Seu Reino é semelhante a um campo onde há trigo bom e infelizmente, também há joio. Agora, me diga: há quanto tempo você está fora da Igreja só porque encontrou uma planta semelhante ao joio no meio do campo? Há quanto tempo você anda longe de Deus, sofrendo, se consumindo nas horas de solidão, lutando contra o Espírito de Deus, só porque você encontrou uma planta semelhante ao joio na Igreja? Em que parte da Bíblia você encontra uma Igreja onde todos são "trigos maravilhosos"? Teremos que conviver juntos, sem tentar arrancar o joio.
Um dia, finalmente, o trigo será separado para ser guardado no celeiro de Deus e infelizmente, o joio será arrancado para ser queimado no fogo. Sempre peço a Deus que me ajude a ser trigo. Quantas vezes, descubro que sou joio e tenho que cair aos pés de Jesus e dizer: "Senhor, não quero ser joio. Quero ser trigo. Reproduz o Teu caráter na minha vida."
Jesus não veio a este mundo somente para trazer pessoas para uma determinada Igreja. Jesus veio a este mundo para reproduzir o Seu caráter maravilhoso em sua vida e na minha. Mas para que isso aconteça, um dia, temos que ir a Ele e dizer: "Senhor, eu não sou ninguém, eu não posso, eu já tentei, já me esforcei. Senhor Jesus, se Tu me pedes que eu me esforce pra vencer, eu estou perdido porque eu não tenho forças. Embora eu saiba que Tu respeitas a minha vontade, eu Te entrego a minha vontade. Faz por mim o que eu não posso fazer por mim mesmo."
Ao longo da minha vida tenho visto tanta gente ir a Jesus do jeito que está. Tenho visto tanta gente chorar aos pés da cruz. Prostitutas, homosexuais, marginais, invejosos, orgulhosos, rancorosos, cobiçosos. Pessoas que um dia caíram aos pés de Cristo dizendo: "Senhor, eu não tenho forças, eu não posso, mas sei que Tu podes."
Jesus está desejoso de operar milagres na vida das pessoas. Mas, querido, deixe que cada um fique frente a frente com Jesus Cristo, por ocasião da Sua segunda vinda. Não tente julgar o outro por maior mal que lhe tenha feito. Deixe que ele acerte as contas com Jesus.
Fonte de pesquiza
testos extraido dos escritos de :
Alejandro Bullón