No movimento ora em ação nos Estados Unidos a fim de conseguir para as instituições e usos da igreja o apoio do Estado, os protestantes estão a seguir as pegadas dos romanistas. Na verdade, mais que isto, estão abrindo a porta para o papado a fim de adquirir na América do Norte protestante a supremacia que perdeu no Velho Mundo. E o que dá maior significação a este movimento é o fato de que o principal objeto visado é a obrigatoriedade da observância do domingo, prática que se originou com Roma, e que ela alega como sinal de sua autoridade. É o espírito do papado - espírito de conformidade com os costumes mundanos, com a veneração das tradições humanas acima dos mandamentos de Deus - que está embebendo as igrejas protestantes e levando-as a fazer a mesma obra de exaltação do domingo, a qual antes delas fez o papado.
Se o leitor deseja compreender que agentes atuarão na luta prestes a vir, não tem senão que investigar o relato dos meios que Roma empregou com o mesmo fito nos séculos passados. Se quiser saber como romanistas e protestantes, unidos, tratarão os que rejeitarem seus dogmas, veja o espírito que Roma manifestou em relação ao sábado e seus defensores.
Editos reais, concílios gerais e ordenanças eclesiásticas, apoiadas pelo poder secular, foram os passos por que a festividade pagã alcançou posição de honra no mundo cristão. A primeira medida de ordem pública impondo a observância do domingo foi a lei feita por Constantino. (No ano 321.) Este edito exigia que o povo da cidade repousasse no venerável dia do Sol", mas permitia aos homens do campo continuarem com suas fainas agrícolas. Posto que virtualmente um estatuto pagão, foi imposto pelo imperador depois de ser nominalmente aceito pelo cristianismo.
Como a ordem real não parecia substituir de modo suficiente a autoridade divina, Eusébio, bispo que procurava o favor dos príncipes e era amigo íntimo e adulador de Constantino, propôs a alegação de que Cristo transferira o sábado para o domingo. Nenhum testemunho das Escrituras, sequer, foi aduzido em prova da nova doutrina. O próprio Eusébio inadvertidamente reconhece sua falsidade, e indica os verdadeiros autores da mudanç a "Todas as coisas", diz ele, "que se deveriam fazer no sábado nós as transferimos para o dia do Senhor." - Leis e Deveres Sabáticos, de R. Cox. Mas o argumento do domingo, infundado como era, serviu para incentivar os homens a desprezarem o sábado do Senhor. Todos os que desejavam ser honrados pelo mundo, aceitaram a festividade popular.
Com o firme estabelecimento do papado, a obra da exaltação do domingo continuou. Durante algum tempo o povo se ocupou com trabalho agrícola fora das horas de culto, e o sétimo dia, o sábado, continuou a ser considerado como dia de repouso. Lenta e seguramente, porém, se foi efetuando a mudança. Aos que se achavam em cargos sagrados era vedado proceder, no domingo, a julgamentos em qualquer questão civil. Logo depois, ordenava-se a todas as pessoas; de qualquer classe, abster-se do trabalho usual, sob pena de multa aos livres, e açoites no caso de serem servos. Mais tarde foi decretado que os ricos fossem punidos com a perda da metade dos bens; e, finalmente, que, se obstinassem, fossem escravizados. As classes inferiores deveriam sofrer banimento perpétuo.
Recorreu-se também aos milagres. Entre outros prodígios foi referido que estando um lavrador, em dia de domingo, a limpar o arado com um ferro para em seguida lavrar o campo, o ferro cravou-se-lhe firmemente na mão, e durante dois anos ele o carregou consigo, "para a sua grande dor e vergonha". - Discurso Histórico e Prático Sobre o Dia do Senhor, de Francis West.
Mais tarde o papa deu instruções para que o padre da paróquia admoestasse os violadores do domingo, e fizesse com que fossem à igreja dizer suas orações, não acontecesse trouxessem eles alguma grande calamidade sobre si mesmos e os vizinhos. Um concílio eclesiástico apresentou o argumento, desde então mui largamente empregado, mesmo pelos protestantes, de que, tendo pessoas sido fulminadas por raios enquanto trabalhavam no domingo, deve este ser o dia de repouso. "É evidente", diziam os prelados, "quão grande foi o desprazer de Deus pela sua negligência quanto a este dia." Fez-se então o apelo para que padres e ministros, reis e príncipes, e todo o povo fiel, "empregassem os maiores esforços e cuidado a fim de que o dia fosse restabelecido à sua honra e, para crédito do cristianismo, mais dedicadamente observado no futuro. - Discurso em Seis Diálogos Sobre o Nome, Noção e Observância do Dia do Senhor, de T. Morer.
Mostrando-se insuficientes os decretos dos concílios, foi rogado às autoridades seculares que promulgassem um edito que inspirasse terror ao povo, e o obrigasse a abster-se do trabalho no domingo. Num sínodo realizado em Roma, todas as decisões anteriores foram reafirmadas, com maior força e solenidade. Foram também incorporadas à lei eclesiástica, e impostas pelas autoridades civis, através de quase toda a cristandade. - História do Sábado, de Heylyn.
O Grande Conflito, 573 à 576
Se o leitor deseja compreender que agentes atuarão na luta prestes a vir, não tem senão que investigar o relato dos meios que Roma empregou com o mesmo fito nos séculos passados. Se quiser saber como romanistas e protestantes, unidos, tratarão os que rejeitarem seus dogmas, veja o espírito que Roma manifestou em relação ao sábado e seus defensores.
Editos reais, concílios gerais e ordenanças eclesiásticas, apoiadas pelo poder secular, foram os passos por que a festividade pagã alcançou posição de honra no mundo cristão. A primeira medida de ordem pública impondo a observância do domingo foi a lei feita por Constantino. (No ano 321.) Este edito exigia que o povo da cidade repousasse no venerável dia do Sol", mas permitia aos homens do campo continuarem com suas fainas agrícolas. Posto que virtualmente um estatuto pagão, foi imposto pelo imperador depois de ser nominalmente aceito pelo cristianismo.
Como a ordem real não parecia substituir de modo suficiente a autoridade divina, Eusébio, bispo que procurava o favor dos príncipes e era amigo íntimo e adulador de Constantino, propôs a alegação de que Cristo transferira o sábado para o domingo. Nenhum testemunho das Escrituras, sequer, foi aduzido em prova da nova doutrina. O próprio Eusébio inadvertidamente reconhece sua falsidade, e indica os verdadeiros autores da mudanç a "Todas as coisas", diz ele, "que se deveriam fazer no sábado nós as transferimos para o dia do Senhor." - Leis e Deveres Sabáticos, de R. Cox. Mas o argumento do domingo, infundado como era, serviu para incentivar os homens a desprezarem o sábado do Senhor. Todos os que desejavam ser honrados pelo mundo, aceitaram a festividade popular.
Com o firme estabelecimento do papado, a obra da exaltação do domingo continuou. Durante algum tempo o povo se ocupou com trabalho agrícola fora das horas de culto, e o sétimo dia, o sábado, continuou a ser considerado como dia de repouso. Lenta e seguramente, porém, se foi efetuando a mudança. Aos que se achavam em cargos sagrados era vedado proceder, no domingo, a julgamentos em qualquer questão civil. Logo depois, ordenava-se a todas as pessoas; de qualquer classe, abster-se do trabalho usual, sob pena de multa aos livres, e açoites no caso de serem servos. Mais tarde foi decretado que os ricos fossem punidos com a perda da metade dos bens; e, finalmente, que, se obstinassem, fossem escravizados. As classes inferiores deveriam sofrer banimento perpétuo.
Recorreu-se também aos milagres. Entre outros prodígios foi referido que estando um lavrador, em dia de domingo, a limpar o arado com um ferro para em seguida lavrar o campo, o ferro cravou-se-lhe firmemente na mão, e durante dois anos ele o carregou consigo, "para a sua grande dor e vergonha". - Discurso Histórico e Prático Sobre o Dia do Senhor, de Francis West.
Mais tarde o papa deu instruções para que o padre da paróquia admoestasse os violadores do domingo, e fizesse com que fossem à igreja dizer suas orações, não acontecesse trouxessem eles alguma grande calamidade sobre si mesmos e os vizinhos. Um concílio eclesiástico apresentou o argumento, desde então mui largamente empregado, mesmo pelos protestantes, de que, tendo pessoas sido fulminadas por raios enquanto trabalhavam no domingo, deve este ser o dia de repouso. "É evidente", diziam os prelados, "quão grande foi o desprazer de Deus pela sua negligência quanto a este dia." Fez-se então o apelo para que padres e ministros, reis e príncipes, e todo o povo fiel, "empregassem os maiores esforços e cuidado a fim de que o dia fosse restabelecido à sua honra e, para crédito do cristianismo, mais dedicadamente observado no futuro. - Discurso em Seis Diálogos Sobre o Nome, Noção e Observância do Dia do Senhor, de T. Morer.
Mostrando-se insuficientes os decretos dos concílios, foi rogado às autoridades seculares que promulgassem um edito que inspirasse terror ao povo, e o obrigasse a abster-se do trabalho no domingo. Num sínodo realizado em Roma, todas as decisões anteriores foram reafirmadas, com maior força e solenidade. Foram também incorporadas à lei eclesiástica, e impostas pelas autoridades civis, através de quase toda a cristandade. - História do Sábado, de Heylyn.
O Grande Conflito, 573 à 576
Nenhum comentário:
Postar um comentário